Junho é o Mês de Conscientização da Escoliose, uma doença que desafia os ortopedistas pela ausência de causas que possam ser evitadas. Pesquisas indicam que há relação genética no aparecimento da doença ao longo de uma ou mais gerações familiares. Devido a esses fatores, o diagnóstico da escoliose está ligado a uma cuidadosa observação.

“A escoliose não é causada por nada que os pais tenham feito ou deixado de fazer nem tem relação com o peso de bolsas e mochilas. Uma criança perfeitamente saudável pode ter escoliose. Quanto mais cedo a doença for notada, menos impacto ela poderá ter na adolescência e na vida adulta”, explica o Dr. Romero Bilhar, especialista em coluna e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Regional Ceará (SBOT-CE).

Uma forma de verificar a presença de escoliose nos filhos, por exemplo, é colocá-los de pé virados de costas e observar as alturas dos ombros e dos quadris, ou então pedir que eles se curvem para frente com as pernas esticadas.

Segundo o especialista, a escoliose pode estar presente durante muitos anos até que seja notada – muitas vezes, isso só vai acontecer na fase adulta. Dessa forma, é muito importante a observação. Nas crianças, o diagnóstico precoce pode evitar que haja progressão da doença, sobretudo nas meninas, que são mais acometidas do que os meninos. Nos adultos, o acompanhamento e a indicação de práticas esportivas que fortaleçam a musculatura podem proporcionar qualidade de vida.

Postura

O ortopedista e traumatologista da SBOT-CE Fernando Façanha destaca a importância de diferenciar a escoliose idiopática (que não têm causa determinada) da chamada escoliose postural e de outras deformidades. Segundo ele, há curvaturas da coluna vertebral reversíveis que não são consideradas doenças, mas resultado de posturas erradas que comprometem a coluna.

“Hoje em dia, por exemplo, muitos adolescentes têm hábitos que os levam a ficar muito tempo sentados, carregam muito peso nas mochilas e usam muito o celular. As posturas que decorrem dessas práticas podem ocasionar a escoliose postural ou outras deformidades que também têm origem postural”, descreve o especialista.

Nesses casos, a mudança de hábitos aliada à observação e ao acompanhamento profissional também são a chave para corrigir as curvaturas e evitar situações mais graves.

Por Engaja Comunicação