Alessandra GurgelRecentemente, a educadora física e professora de Yoga Alessandra Gurgel postou em suas redes sociais um relato que pode inspirar e muito as gestantes. E também anunciou que, em breve, formará turma para meditação e Yoga para grávidas. O objetivo é o de ajudar a conexão com o próprio corpo e mente durante a gestação e o parto. As aulas também poderão ser particulares.

Confira abaixo, trechos de sua experiência com o parto humanizado há quase três meses, quando nasceu seu filho Gael.
“Desde o começo da minha gravidez, queria um parto natural, porém que fosse um acontecimento transformador e prazeroso. Mas a maioria dos relatos e vídeos que eu lia e assistia expressavam muita dor e desespero e não era isso que eu buscava.
Sabia que se fomos feitas para parir, não poderia ser algo tão temível.. terrível. Desde então busquei informações que me levariam a esse estado de entrega e empoderamento para o dia do parto. Algumas mulheres sentem até prazer, pois são liberados os mesmos hormônios da relação sexual. Então por que a maioria sente o contrário? Será a nossa falta de conexão interior, saber escutar nosso corpo e não dar ouvidos aos pensamentos negativos infinitos que a mente humana é mestra em fazer?!
Sou educadora fisica e professora de yoga e pratico meditação há alguns anos, o que foi fundamental para um parto lindo e rápido. (…)
Comecei a sentir as primeiras contrações às 18h30. Avisei para meu amado Emílio Ribeiro que havia chegado a hora. Nosso Gael estava vindo. Ele ligou para Krys, minha querida doula, que pediu para fazermos a contagem das contrações no aplicativo. Emílio me ajudou pois só queria ficar de olho fechado e entregue àquele momento, queria ficar em silêncio e sentir tudo o que meu corpo pedia para eu fazer.
(..) Estava de pé e meu corpo pedia para fazer movimentos circulares no quadril como de dança do ventre. Sempre que sentia a Contração fazia esse movimento.
Krys chegou às 20 horas (só sei porque ela me disse, pois tinha perdido noção do tempo), trazendo seu amor e tranquilidade, o que me passou ainda mas confiança. Me colocou na bola e perguntou se queria ficar sentada nela. Fiquei por um tempo, mas logo voltei a ficar em pé e fazendo movimentos circulares quando vinha a contração. Disse que só iria dar uma passada para ver como estava, pois aquela fase poderia duras dias ou horas. Krys me pediu para fazer um sinal quando estivesse com contração, pois eu não fazia cara de dor. Estava tão entregue que ela não sabia a diferença entre contração e não contração e ela tinha que saber em que fase do parto estava para avisar à enfermeira Nirla e Dra. Liduina. Então fizemos a contagem no aplicativo, não me lembro de detalhes, qual intervalo, só sei que ela resolveu ficar e chamou a Nirla, que chegou por volta de 22 horas para fazer o exame de toque. Ela avaliou que estava com 3 cm de dilatação, mas o colo estava bem fino. Lembro que elas comentaram que poderia demorar horas. Mas meu corpo dizia que seria rápido.
Então, segui com meu processo de autoconhecimento. Entre uma contração e outra, meu corpo liberava doses grandes de endorfina, que me faziam entrar em outra dimensão e eu apagava, era surreal. Levantava quando sentia a contração fazendo o movimento circular no quadril e sentava apoiada na bola para receber a sessão de endorfina e assim foi seguindo até a hora que não senti mais vontade de fazer os movimentos circulares e sim agachar e fazer uns sons tipo mantra “ahhhh”, respirando e soltando o ar e falando ahhhh bem suave. Incrível quando escutamos o corpo, sem deixar a mente atrapalhar, pois ele dá todas as respostas.
Continuava de olho fechado bem entregue a cada ação e reação. Lembro de Krys sempre falar com aquela voz doce “abre … relaxa …”. Ela chamou Nirla para me avaliar novamente, acho que era em torno de 23h30. Senti desconforto, pois deixei minha mente vagar e perdi a concentração e a entrega. Quando Nirla fez o toque novamente, já estava com 8 cm de dilatação e muito perto do expulsivo. Logo em seguida, saiu o tampão. Havia dito para a Krys que gostaria de ir para o Cura Dar’s pois queria a piscina, mas sabia que não daria tempo de chegar lá, pois Gael estava chegando. Então, revolvemos ir para a Gastroclínica, que fica a dois quarteirões de casa.
Ao descer as escadas, quando sentia contração parava… sentia… e voltava a andar. Entrei no carro e Emílio colocou as músicas que gosto para continuar meu processo. Olhei para o relógio do carro eram 00h40. Chegamos rápido ao hospital e já estava com muita vontade de fazer força. Esperei Krys chegar e subi para o quarto com ela. Ela já havia comunicado a Dra. Liduina, que estava a caminho.
Entrei no quarto já tirando a roupa, apoiando as mãos na maca, sentia muita vontade de fazer força. Fiz força e enfim rompeu a bolsa. Logo depois, Dra. Liduina chegou com sua presença amorosa.
Estava para parir em pé, tinha acontecido tão rápido que Krys não havia levado a banqueta, pois ainda iria passar em casa mas não deu tempo. Dra. Liduina perguntou se gostaria de ficar de cócoras, mas não me foi confortável. Krys comentou que passei o trabalho de parto em pé. E fiquei em pé, mas um pouco agachada. Meu marido ficou atrás de mim me segurando, ele foi minha banqueta. Fiz mas uma força e começou a sair a cabecinha. Então fiquei com vontade de gritar (lembrei de quando fazia musculação e tinha que colocar força e fazia sons), dessa vez a força era tamanha que gritei, gritei ahhhh kkkkk. Não gritava de dor, mas para me ajudar a empurrar, senti o círculo de fogo. Fiz mais uma força grande e a cabecinha de Gael saiu. E de pé fiz mas uma força e às 01h22 do dia 10 de setembro nasceu meu bebê amado. Realmente ele existia, foi a primeira coisa que pensei. Ria de felicidade por ele existir e pelo meu processo sagrado ter sido iluminado como me preparei para ser. Ele ficou no meu peito, sentindo meu amor. Não houve laceração. Quando o cordão parou de pulsar, o paizão apaixonado cortou o cordão.
Poderia contar muitas outras coisas, mas meu objetivo nesse relato de parto é dizer que temos poder, o poder feminino ancestral, sagrado, divino que está adormecido dentro da gente. Vejo que não importa o que você venha a passar no parto, as dificuldades que enfrentará (cesárea, bebê enlaçado…) se você se conectar com essa forca divina, será o feito mais maravilhoso de sua vida. Basta treinar o corpo e principalmente a mente para isso. Eu treinei e enfim posso dizer que consegui. E se eu consegui você também pode”.

Para mais informações sobre a turma, ligar para Alessandra no (085)99992.9700.