timidez infantil psicologia

Foto: site Revista Arraso

Desde muito cedo, ainda bem pequeninas, as crianças demonstram em seus repertórios comportamentais uma pré-disposição para a timidez. Falando assim, até nos faz pensar que as crianças tímidas são marcadas por uma herança genética desfavorável que definitivamente determinam sua timidez como traço de seu caráter e personalidade. No entanto, não é bem assim que acontece. É claro que a carga genética deve ser considerada, porém não tem o poder de determinar a timidez como algo cristalizado e definitivo na história do sujeito. A timidez é um comportamento internalizante, ou seja, tem como destinatário o próprio indivíduo e estar totalmente relacionada às suas habilidades sociais. Por ser um comportamento é aprendido, logo podemos concluir que para permanecer, precisou ser reforçado ao longo do tempo nos ambientes ao qual à criança faz parte, o que nos assegura também que é totalmente ajustável e mutável a partir de novas intervenções.

Os relacionamentos e as habilidades de manejo social são de fundamental importância para o desenvolvimento pleno da criança. Somos seres coletivos, plurais e precisamos do outro para nos reconhecer enquanto espécie. As crianças tímidas por adotarem posturas mais reservadas e discretas, muitas vezes passam despercebidas e deixam de serem incluídas, perdendo a oportunidade de experienciar os fenômenos contidos na coletividade e de ampliar e refinar suas habilidades sociais.

É primordial que não só a família, mas também a escola e os demais ambientes do qual a criança faz parte, estejam atentos e sensíveis às expressões de timidez, emitidas por ela, assim também como e quando devem procurar uma ajuda especializada. É sempre válido ressaltar que as palavras de ordem para primeira infância é prevenção e intervenção, tendo em vista que quanto mais precocemente os desafios forem abordados, mais precisos e positivos serão os resultados.

A timidez ou retraimento social produz prejuízos significativos relacionados ao autoconceito, autoestima, afetividade e ao senso de eficácia da criança, promovendo quase sempre sofrimento psicológico, redução do universo pessoal e problemas posteriores mais sérios de natureza interna. A timidez excessiva deve ser acompanhada e tratada por especialistas (psicólogos e psiquiatras infantil) o quanto antes possível, evitando assim uma evolução para um quadro mais profundamente limitador, de fobia social.

Vamos prestar mais atenção em nossas crianças e no que elas desejam nos comunicar. As crianças tímidas são geralmente muito ansiosas, pelo receio do julgamento e aprovação do outro, são recorrentes nos comportamentos de fuga e esquiva e apresentam acentuados níveis de déficit e carência em suas relações interpessoais, comprometendo assim o seu desenvolvimento, enquanto sujeito protagonista e ativo de sua história.

O retraimento social na infância é um fator de risco e deve eliciar em nós um conjunto de ações assertivas que garantam as condições adequadas e necessárias para que a criança consiga elaborar repertórios de enfrentamento e superação.

* DICAS PARA AJUDAR:

– Evite falar pela criança;

– Elogie com sinceridade suas conquistas;

– Converse olhando nos olhos;

– Oportunize a autonomia, principalmente nas escolhas;

– Incentive o convívio com outras crianças;

– Organize passeios a locais públicos como: parques, praças e clubes;

– Incentive a participação em atividades de artes cênicas. Se você perceber que mesmo após esses procedimentos os resultados esperados, não aconteceram, seja breve em procurar a ajuda de um profissional especializado, psicólogo ou psiquiatra infantil.

Felícia dos Santos Psicóloga Infantil Comportamental – CRP:11/05957

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